Para abrir um negócio é preciso calcular o nível de risco do empreendimento. Você sabe qual é a única diferença relevante de um empreendedor para alguém que é funcionário contratado de uma organização?

Se respondeu que é a vontade de assumir riscos, saiba que você acertou!

De fato, nenhuma outra característica, qualquer que seja, tal como inteligência, habilidade, dedicação, capacidade de relacionamento interpessoal, é tão preponderante. Pois, a vontade de assumir riscos é chave na diferença de perfil entre empreendedor e funcionário.

Entenda com esse artigo porque a vontade de assumir riscos é muito diferente da capacidade de assumir riscos. Sendo por isso que muitos empreendedores alcançam o merecido sucesso e muitos têm seus planos frustrados.

A capacidade de assumir riscos de um empreendedor

No ambiente empresarial não basta querer, não é suficiente a boa intenção. É preciso saber avaliar o nível de risco de um empreendimento, seja novo ou em andamento. Mas, em um novo negócio é ainda mais crítica a compreensão e mensuração do risco.

Certamente para o sonho virar realidade é preciso muito esforço. Contudo, o esforço deve ser compatível com o nível de risco, ou seja, com as chances de sucesso.

Essa regra vale para todo o tipo de esforço como capital investido ou tempo dedicado à atividade. Além disso, pouco esforço e pequeno risco, é raríssimo, quase que uma ilusão. Assim como pouco esforço e alto risco, é caminho para a perda de tempo e frustração.

O normal, seja o antigo ou o novo normal, são os negócios que demandam muito esforço. Uma vez que os de pequeno nível de risco são os que têm maior chance de sucesso. Assim como os de elevado nível de risco devem ser cuidadosamente avaliados e monitorados.

Então, a recomendação fundamental para a abertura bem-sucedida de uma empresa é medir o nível de risco. Mas, risco não é algo físico que possa ser mensurado em tamanho, distância, peso, cor, etc. Então, como medir se é abstrato? Qual a régua do risco?

Como medir o nível de risco de um empreendimento?

Existem três abordagens para medir o nível de risco para abertura de um empreendimento.

1ª – Abordagem para ativos financeiros, como ações, títulos de governo

Nesta abordagem, a medida de risco é feita por estatística, com o desvio padrão dos rendimentos ao longo do tempo.

2ª – Abordagem para empresas de grande porte, faturamento acima de R$ 20 milhões / ano

Já nesta abordagem, utiliza-se o beta, que é um indicador de volatilidade de preço de uma ação.

No entanto, estas duas primeiras abordagens não são o caso que queremos analisar. Uma vez que estamos tratando do nível de risco de abrir uma empresa de pequeno porte.

3ª – Abordagem para uso prático no mercado, é a análise Swot

Nesse caso, infelizmente não se tem uma fórmula mágica. O que temos é esta metodologia, que em português corresponde a matriz FOFA, sendo as seguintes variáveis:

• Forças: são fatores internos sob a responsabilidade do empresário, que contribuem para o sucesso, tal como ponto comercial e recursos financeiros.
• Fraquezas: representam o caso oposto como a marca. (rever isso de oposto)
• Oportunidades: são condições externas não controladas pela empresa, como a grande população idosa que demanda medicamentos.
• Ameaças: é o caso oposto como o elevado nível de concorrência. Temos então, quatro pares para enquadrar o nível de risco. (rever isso de oposto)

Exemplo prático para abrir uma pequena empresa

O exemplo prático é o seguinte: João deseja abrir uma pequena rede de 3 farmácias. Quais os fatores que caracterizam o risco de ser, ou não, bem-sucedido?

Após uma análise criteriosa, João poderá classificar seu empreendimento nesses pares e desenvolver uma avaliação relativa do nível de risco:

• Forças e Oportunidades: baixo risco para o sucesso do empreendimento;
• Fraqueza e Ameaças: alto risco, há grande chance de insucesso;
• Força e Ameaça: há um risco médio, não há grande probabilidade de insucesso. Mas, provavelmente o melhor é aguardar um momento oportuno mais à frente;
• Fraqueza e oportunidade: também um risco médio e deve-se iniciar o empreendimento. Mas, idealmente busca formar parcerias e/ou dividir o investimento com um terceiro.

Note que no mercado encontramos situações em que um dado fator, por exemplo, a marca, pode ser analisada da seguinte forma:

• Ser um fator forte: tradição, reconhecimento pelos consumidores;
• Ser um fator fraco: marca nova, desconhecida.

Ainda não temos uma “régua” exata e infalível para medir o nível de risco de se abrir um negócio. No entanto, deve ser uma análise racional, com pouca emoção, munida de informações na metodologia FOFA.

De fato, pode servir de critério para um mapeamento dos riscos e oportunidades do terreno à frente.