Ricardo Amorin em alguns posts tem uma opinião que, a meu juizo, não mostra o quadro completo.
Me permitam o contraditorio ? Pois bem, deve-se adicionar à análise duas perspectivas; (1) a importância relativa do setor na economia como um todo e (2) o grau de concentração de mercado em cada setor específico.
1) Energia, especialmente em petróleo: (1) somos gigantes, por benefício da natureza, e temos competência de engenharia para explorar, mas (2) há um “quase” monopólio, politicamente dificil de ser quebrado.
2) Minérios, especialmente ferro, e muitos outros relevantes também: (1) semelhante ao setor de petróleo, porque neste também temos competência de engenharia mineral e logística, mas (2) há grande barreira de entrada, não institucional como no caso do petróleo, mas devido ao elevado capital necessário aos investimentos.
3) Setor financeiro bancário: (1) somos grandes, mas poderiamos ser maiores, mas (2) a opção estratégica governamental de há mais de 40 anos de se ter bancos nacionais, e não regionais, estimulou uma concentração que levou à formação de oligopólios ineficientes, embora investiram em tecnologia, mas que são grandes o suficiente para serem enfrentados. Neste caso específico, a disruptura esperada de ser provocada pelas fintechs ainda está muito no início.
E na lista mostrada no post do Ricardo não tem as grandes empresas do agronegócio, setor em que temos evoluído admiravelmente em pesquisa e processos produtivos: (1) tem importante participação no PIB, mas é formado por dezenas de diferentes e específicos sub-setores (ex: percuária, soja, café, cacau, cítricos, etc), e (2) não tem elevadas barreiras à entrada (ex: pode-se ter pequenos produtores de café).
E notem que na lista tem uma exceção de grande mérito: a AMBEV da admirável 3G Capital !
Então, dizer que no Brasil não se mudou nada ? Temos evoluído sim em (1) extrair petróleo 10 km abaixo de linha dágua, (2) fazer chegar de forma competitiva bolotas de minério de ferro no outro lado do planeta (China e Japão), (3) alimentar quase 2 bilhões de habitantes no mundo.
Ocorre que o PIB não cresce e poucas empresas se agigantam, porque institucionalmente estamos parados, e até mesmo regredindo, e isso graças à mentalidade dos políticos ser pequena, pequenininha. E eles políticos ainda recebem, para serem assim, incentivo nefasto de setores corporativitas governamentais e mídia enviesada.
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