A pandemia do Covid-19 abateu muitas empresas do setor de Moda em 2020, tanto as de artigos de vestuário quanto as de calçados e acessórios. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foram mais de 22,9 mil lojas que fecharam.
E já mesmo muito antes do Covid-19, não era incomum que uma companhia do setor de Moda, que construiu a sua marca própria relevante ao longo do tempo, enfrentasse dificuldades financeiras, quase sempre devido a fraquezas gerenciais, tornando-se, assim, do interesse estratégico de grupos economicamente mais fortes.
Assim, com frequência observa-se grandes empresas do setor de Moda comprando ou se unindo com outras, para fortalecer sua participação no mercado local e nacional e até mesmo na exportação.
E desde pelo menos 2010, Fundos de Investimento em Participações têm comprado parcelas ou a totalidade do capital social de empresas do setor de Moda. Nesse caso, podem ser as tradicionais, bem como as novatas bem-sucedidas, principalmente face à força das marcas.
Recentemente, movimentos estratégicos desse tipo ocorreram, com forte repercussão na Bolsa de Valores (B3). Por exemplo, a proposta da Arezzo de R$ 180 milhões pela Carol Bassi.
Nas transações empresariais de Fusões e Aquisições no setor de Moda, a marca é um dos maiores. se não o maior, alvo de interesse, e seu valuation muitas vezes alcança mais que 70% do enterprise value.
Também temos observado, inclusive, que o “ativo” marca está sendo utilizado, para servir de garantia em operações de financiamento. E em processos de Recuperação Judicial e Recuperação Fiscal, às vezes, é o principal ativo a ser dado em garantia.
E o que acontecerá com as empresas de Moda e suas marcas maravilhosas, em 2022 ?
Esta é uma pergunta importante, pois é quando se concretiza a recuperação econômica viabilizada pela vacinação da maior parte da população.
O cenário mais provável se sustenta na argumentação de que o comportamento médio do consumidor ditará quais marcas terão maior força de recuperação.
Mas, ainda não está muito claro, quais impactos, e em que proporção, a pandemia do Covid-19 influenciará nos hábitos de consumo da população de modo geral.
No momento, é possível especular que terão melhor desempenho as marcas de Moda que estiverem atentas à sua capacidade de associarem-se a propósitos sociais e culturais, como diversidade étnica e cuidado com o meio ambiente. Será mesmo?
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